O câncer de ovário é a segunda neoplasia ginecológica mais comum nos países desenvolvidos e a terceira naqueles em desenvolvimento. A idade média ao diagnóstico das pacientes com câncer de ovário é de 60 anos. Dor, sintomas gástricos, saciedade precoce ou distensão abdominal são sintomas frequentes em doença avançada.
O tratamento cirúrgico requer expertise da equipe cirúrgica, visto o estadiamento cirúrgico e a remoção completa do tumor serem importantes fatores prognósticos e dependentes da equipe assistente. Além disso, a ressecção multivisceral, ou seja, ressecção de vários órgãos e tecidos, como baço, fígado, intestinos, estômago, diafragma, bexiga, pâncreas e peritônio, pode ser necessária.
O acesso abdominal por laparotomia permanece como abordagem padrão, embora as abordagens laparoscópica e robótica em estágios iniciais da doença terem demonstrado benefício em controle de dor e qualidade de vida. Entretanto, Dr. Valter Alvarenga esclarece que muitas vezes, já ao diagnóstico, as pacientes apresentam doença avançada. Nestes casos, deve ser analisado a melhor estratégia de tratamento. A citorredução primária (retirada cirúrgica da doença) ainda é preferencial e deve ser indicada nos casos em que houver grande probabilidade de conseguir doença residual menor que 1 cm.
O tratamento com quimioterapia antes da cirurgia pode ser considerado se a citorredução máxima não puder ser realizada. A quimioterapia intraperitoneal hipertérmica, também conhecida como HIPEC, associada à cirurgia citorredutora também tem sido indicada em casos selecionados.